segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Retorno


-Depois de um bom tempo sem post, volto ao blog que não deveria estar diferente já que os cinéfilos fora do eixo Rio-São Paulo que não migraram para acompanhar festivais e mostras ainda estão na seca cinematográfica, um bom  opção por enquanto  são os DVDs como o Mensageiro do Diabo laçando recentemente pela Versátil.
-Apesar da fase ruim  na próxima sexta(28) há pelo menos um muito bom filme entrando em cartaz, se trata de Contagio de Steven Soderbergh, nesse novo filme acompanhamos um processo de contagio mundial por um nova doença fatal, com em outros filmes do diretor a historia acompanha varias linha narrativas, a das pessoas comuns que tem de lidar com a doença, dos médicos, do governo da impressa, cada um desses interpretado por um astro ou estrela de Hollywood. Mas não no roteiro, que contem vários clichês desse subgênero do terror como a especulação sobre o tal vírus ser na verdade um arma química lança  por terroristas, e sim na direção esta o grande trunfo de Contagio. Soderbergh conhece bem exercícios de estilo, e sabe lidar com eles, faz questão de fixar a câmera em apertos de mão, copos, botões de elevadores, e outros situações  que podem representar o momento do contagio, como não podia deixar de ser logo o pânico infecta a população mais rápido que a doença fazendo desse um filme altamente atmosférico, utilizando um trilha eletrônica e recheando o filme de imagens de cidades devastadas e desertas, e de interiores de laboratórios e hospitais onde os personagens usam roupas de proteção que se assemelha a uniforme de astronautas, Contagio  nos lembra de alguma ficção científica B, apesar de um legitimo(e bom) filme A.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Olhos de serpente e o olhar do DePalma

Um dos autores mais interessante das últimas quatro décadas do cinema americano é Brian DePalma, e mesmo alguns dos seus filmes mais subestimados não podem deixar de ser vistos.

Esse é o caso de Olhos de Serpente(Snake Eyes,1998) na trama temos o  policial Rick Santoro, interpretado por um Nicolas Cage exagerado como é seu abitual, que vai assistir um luta de Box pelo cinturão da categoria peso-pesado, algumas outras informações passam pela tela vemos Rick falar com sua esposa e amante pelo celular; conhecemos seu melhor amigo,um comandante da marinha interpretado por Gary Sinise de um talento que não vemos na sérei CSI; vemos alguns indícios de que  Rick é corrupto; e nossa atenção é chamada por duas mulheres, um loira e outra ruiva.

Tudo parece  bem até a morte de um senador e a possibilidade de um conspiração entrarem na trama.

O roteiro de David Koepp se estrutura em flash-backs e pontos de vista subjetivos dos personagens, mas esse tipo de "truque" tão frequente no cinema desde filmes como "Cidadão kane"(1941) e "Rashomon"(1950) pode trazer algum frecor?

Bem, o frescor vem da direção do mestre DePalma, desde do inicio do filme é notorio a preferencia do diretor por plano sequencias longos, logo quando a trama começa a se desenvolver a câmera objetiva se mistura a subjetiva, como na cena em que o boxeador narra o acontecimento que filmado em parte usando a visão dele e em outra parte com o mesmo participando.

Com essa alternância de subjetivo e objetivo Depalma não se interessa em enganar o espectador com trapaças espertinhas ou confundir, o que poderia o correr caso o filme estivesse nas mãos de um diretor menos experiente ou mais metido, mas o verdadeiro interesse esta em questionar a realidade da câmera seja essa objetiva e subjetiva.

Ao longo da historia a câmera sempre foi o olho da verdade, Depalma quer reverter esse historia, quando um personagem conta algo ele pode estar simplesmente  mentindo, mas quando isso é mostrado continua ser um mentira?

Essa questão de perceptivas de olhares  esta presente em todo o filme seja na gravações da câmeras de segurança seja no gigante olho do balão que também se revela um câmera, tudo traz um novo ponto de vista.

Quem já é familiarizado com o cinema do diretor vai ver que ele repete algumas soluções visuais de sua preferência com a divisão da tela em duas, mas nem por isso esse filme deixa de ser de um vigor incrível.
Cotação[****]

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Demônio de Godard

"Cinema é um campo de batalha"
A primeira vez que vi Pierrot le Fou, filme Jean-Luc Godard de 1965que no Brasil recebeu o titulo um tanto estranho de "Demônio das Onze Horas", um coisa não saia da minha cabeça: como a Anna Karina é bonita!

Pode parecer desimportante, mas é justamente esse fator que importa nos filmes de Godard, Pierrot é um poesia em forma de filme, sua beleza vem da imagem das cores, do contrate de azul e vermelho, do movimento, do rosto de Karina.

Pierrot também é um filme de liberdade, um elogio a liberdade, a iberdade de contar um estoria de um forma não convencional, ou mesmo um liberdade de sentir, tanto que no começo do filme Samuel Fuller surge na festa mais chata do mundo pra dizer que "cinema é um campo de batalha,[...]é emoção".

Tentar racionalizar o filme seria desperdiça-ló. diminuir sentimento ao transformando em razão, Jean-Paul Belmondo questiona se somos feitos de sonhos ou os sonhos são feitos de nós, talvez os dois, afinal a resposta não é mais importante do que a estrada que leva até ela.

E que estrada é incrível é essa a do Pierrot, encontramos música, pintura, poesia, arte, cores, paixão, amor, dor, medo enfim...Cinema



Esse é apenas um corte, voltarei á Godard em breve

O Abraço Partido

O Abraço Partido
(El Abrazo Partido) Argentina, 2004
Direção: Daniel Burman
Elenco: Daniel Hendler, Adriana Aizenberg, Sergio Boris, Jorge D´Elía, Rosita Londner, Diego Korol, Silvina Bosco, Melina Petriella, Atilio Pozzobón
Cotação[***]






O cinema argentino mostrou muito nos últimos anos, e não é difícil saber porque, vendo filmes como o de Daniel Burman.


O diretor fez em seu Abraço Partido um filme confessional que por vezes beira a  autossátira, por causa de seu estilo foi comparado a Woody Allen e a Nanni Moretti, com tempo Burman mostrou que é um diretor que mereci ser seguido por causa de seus filmes por si só.


Mas nesse filme não deixa de incomodar os excessos de câmera tremida, erro tão comum em mais mais "documentais", mas nem por isso deixa de ser um belo belíssimo filme

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Filmes de setembro

Poucos filmes no último mês


O Poder e a Lei, Brad Furmana, de 2011 [****]
Espionagem na Rede, de Olivier Assayas, de 2002 [****]
O Espírito da Colméia, Victor Erice, de 1973 [*****]
Planeta Terror, Robert Rodriguez, de 2007 [***]
Jogo de Cena, Eduardo Coutinho,de  2006 [*****]
Desejo e Obsessão, de Claire Denis, de 2001 [*****]
Código 46, de Michael Minterbottom, de2003  [●]
Bang Bang, de Andréa Tonacci, de 1971 [****]
Atirem no Pianista, de François Truffaut, de 1960 [****]