sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Carnage


Carnage é inspirado em uma peça de teatro de Yasmina Reza, mas para quem viu o filme é inútil dizer que se trata de uma adaptação teatral, pois isso qualquer  pode perceber.

Temos dois casais: Kate Winslet  e Christoph Waltz; e Jodie Foster  e John C. Reilly, e uma discussão no apartamento desses dois últimos causada por uma briga em playgroud entre os filhos dos casais. A discussão é mera desculpa para uma comedia de humor negro que  ironiza a pompa burguesa de nossa época.

É uma tentação chamar Carnage de “teatro filmado”, na verdade seria isso nas mãos de outro diretor, mas Polanski se esforça para fazer algo mais interessante, sua câmera é estática na maior parte do tempo, mais seus closes e a distancia que ele mantém dos personagens é meticulosamente calculado, como na cena em que Waltz depois de se afastar de outros personagens após atender o celular, Também fica distante da câmera é mal podemos ver a expressão do seu rosto, e na cena seguinte temos um close-up de C. Reilly enquanto ele questiona Waltz; e em outra cena a câmera persegue Winslet, que por sua vez persegue Foster pela casa, e quando a segunda pede desculpas por um ocorrido anterior, vemos a câmera focar em Foster por um segundo enquanto ele vira a cabeça para trás e olha com certo desprezo.

No espaço limitado do apartamento Polanski chega a atingir a claustrofobia em alguns momentos, especialmente na primeira meia hora em que os casais ainda tenta mostrar sua polidez nas falas, embora suas expressões denunciem o contrario, a estranheza da situação e potencializada pela direção e faz um filme bem incomodo em sua primeira metade.

Após os 30 minutos inicias o filme cai radicalmente, fazer piada da classe média e suas manias politicamente corretas não é nenhuma novidade no cinema , e como o filme vira um mera lavação de roupa suja entre os personagens, tão comum em filmes de proposta semelhante, a media que o tempo passa Carnage vai ficando a cada minuto mais morno.

 As atuações? Pela própria natureza do material, o desenvolvimento da trama e pautado nos diálogos e não na ação, com quatro atores de renome, Polankis coloca seus personagens para gritar, espernear e fazer caras e bocas, são boas atuações sim, sendo a única mais exagerada e que mais me desagrada a de  C. Reilly, vão ganhar alguns prêmios, mas são atuações boas pelo técnico, a identificação  com os personagens é importante para gostar de um filme, é como conhecemos  personagens só pelas suas facetas mais antipáticas é difícil querem acompanhar a estória daquelas pessoas

Carnage é ainda beneficiado pela sua curta duração, 70 minutos se cortarmos o tempo dos créditos, mas mesmo assim é um filme cansativo, mas até interesante.

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