quinta-feira, 9 de junho de 2011

Para quem perdeu no cinema



O Vencedor
(The Fighter) EUA, 2010
Direção: David O. Russell
Atores: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo, Mickey O'Keefe, Jack McGee
Nota=9


Na primeira cena de “O Vencedor” vemos Dicky Eklund(Christian Bale) falando diretamente com a câmera, “devo ficar olhando para câmera”, logo no inicio o tom documental já se mostra presente no filme de David O. Russel vencedor de dois Oscars e agora em uma ótima dica em  DVD, para quem não teve a chance de ver no cinema.
O filme narra a historia dos irmãos Dicky e Micky Eklund(Mark Wahlberg), o primeiro que já teve seus momentos de gloria no boxe hoje treina seu irão mais novo que é um primoroso lutador e é empresariado por Alice (Melissa Leo), sua mãe. Só que a família sempre o coloca em segundo plano em relação à  Dicky, o que impede que Micky consiga ascender no esporte.
A estratégia de filmar em documentário, diga se, é acertado com uma fotografia que lembra uma estética de documentário de televisão e uma delicada recostrução de época de uma comunidade de descendentes de irlandeses nos EUA do inicio dos anos 90 feito através de coisa simples que contamina desde as roupas e penteados até o vocabulário dos personagens (quer coisa mais anos 90 do que apelidar alguém de “garota da MTV”). O diretor filma com câmera na mão, sem ser exibicionista e estilizado, sempre próximos aos seus personagens logo aproximando o público do drama daqueles personagens.
Claro que esse drama só é convincente graças ao seu maravilhoso elenco, Mark Wahlberg interpreta Micky de uma forma centrada mostrando que seu talento discreto e ainda um grande talento,  Melissa Leo incrível na sua interpretação da mãe gananciosa, Amy Adams também esta ótima no papel de mocinha que rompe com tudo o que só pode esperar de uma mocinha e com tudo que a atriz interpretou anteriormente, claro é impossível não falar de Bale, com seu personagem ensandecido e cheio de tiques que chega a caricatura, inicialmente ele representa o tom de comédia que o filme passa em alguns momentos, esse humor ajuda o filme não se transformar em um melodrama muito exagerado, mas a medida que o filme transcorre percebemos o lado mais sensível e humano desse personagem, Bale se sai incrível nesses momentos dramáticos dando profundidade e tridimensionalidade  ao personagem estereotipado
Bem, claro que esse é um filme cheio de clichês, muitos se apegam a esses para criticá-lo negativamente, mas o roteiro cria diversas situações onde esses clichês são usados para dar uma profundidade a trama expondo que existem verdades neles.
Mostrando ainda uma consciência social ao mostrar a realidade do crack sem ser moralista, o vencedor é um triunfo pelo seu elenco, roteiro, direção e pela sua pouquíssima comentada trilha sonora, com ótimas musicas Whitesnake, The Breeders, Led Zeppeline e Red Hot Chili Peppers.

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